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O Tiro


Não sei o que estava pensando quando atirei, mas com certeza eu faria novamente se necessário sem hesitar, não interessando quem ele era e sim o que ele significava pra mim. Meus olhos queriam chorar não de tristeza, ao contrário eu me sentia livre e a liberdade traz consigo a felicidade não importando os meios de como você a consegue, senti um alívio ao ver o corpo estirado no chão o sangue começava a formar uma pequena poça. O som do tiro ainda estava na minha cabeça e ecoava, podia sentir o cheiro da pólvora misturada ao de terra molhada, pois chovia forte lá fora. Tinha pensado naquele momento durante anos, mas a sensação real era muito melhor do que como eu achava que seria e devido a chuva o som do tiro não deve ter sido levado em consideração, parecia que uma força divina com seus altos trovões desejava que eu cumprisse o que eu mesma tinha me destinado a fazer por tanto tempo, eu olhava a arma o corpo, e o assassino no espelho que por coincidência era eu mesma, podia ver meu espanto ao pensar que havia acabado de matar aquele que eu jurei amar por toda minha vida, mas ao invés disso o odiei todos os dias com uma intensidade absurda sem entender o porque de tanto ódio dentro de mim, ao menos ele fora um bom pai eu pensava o que será que escreverão em seu jazido? E eu o que farei agora, seguirei mesmo com o plano que até agora vem acontecendo perfeitamente? O tiro tinha sido bem perto, afinal ele nunca suspeitaria de mim, peguei o revolver que pertencia a ele sem soltar o lenço ao qual o peguei, então o coloquei em sua mão, sorri ao ver que ele não tivera tempo de fechar os olhos. Sentei em uma poltrona ali perto e olhei a chuva caindo lá fora, sabia que a esposa e os filhos chegariam em breve da casa da mãe dela, sai do escritório e fui para cozinha preparar o jantar para quando eles chegassem à chuva parou fui à mercearia comprar sal, que havia acabado quando retornei o circo todo estava armado. Minha irmã chorava inconsolada, enquanto os policiais tentavam afastar meus sobrinhos para que não vissem o que havia acontecido ao pai, peguei os dois pela mão e disse: “Tudo vai ficar bem, aconteceu o que tinha que acontecer, são vocês os homens da casa agora”.

Cabeça de terra :D

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